XVIII Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

REDUÇAO DA GLICOSE E RISCO DE MACE COM NOVAS TERAPIAS ANTIDIABETICAS: REVISAO SISTEMATICA E META-ANALISE

Introdução

Em indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 (DM2), estudos clínicos randomizados projetados para investigar os efeitos cardiovasculares de atingir hemoglobina glicada (HbA1c) ≤ 7,0% usando insulina e sulfonilureias, não foram capazes de prevenir a incidência de eventos cardiovasculares adversos maiores (MACE). A redução intensa da glicose com novas terapias antidiabéticas, incluindo pioglitazona, inibidores do co-transportador de sódio-glicose 2 (SGLT2i), antagonista dos receptores de peptídeo semelhante a glucagon 1 (GLP1a), e inibidores da dipeptidil peptidase-4 (DDP4i), apresentam menor risco de hipoglicemia e tem o potencial de levar a um efeito aditivo na prevenção de MACE. Nosso estudo teve como objetivo avaliar o impacto dos níveis de HbA1c alcançados com terapias antidiabéticas mais recentes sobre o risco de MACE.

Material e Método

Utilizamos como fontes de dados as plataformas MEDLINE (PubMed), Cochrane e ClinicalTrials.gov. Foram selecionados estudos clínicos randomizados publicados até janeiro de 2021, relatando a ocorrência de MACE e mortalidade por todas as causas em indivíduos com DM2. Critérios de seleção incluíram tamanho amostral ≥ 100 indivíduos em cada braço do estudo e duração do tratamento ≥ 24 semanas. A extração e síntese dos dados seguiram as diretrizes do PRISMA. Foi realizada uma revisão sistemática e meta-análise de rede de efeitos aditivos com efeitos aleatórios. Realizamos meta-regressões multivariadas para avaliar o impacto da HbA1c alcançada no MACE incidente. 

Resultados

Das 3.878 publicações selecionadas, 122 ensaios clínicos com um total combinado de 256.990 participantes foram incluídos. A terapia com SGLT2i, GLP1a ou pioglitazona reduziu de forma semelhante o risco de MACE em comparação com o placebo (HR 0,88 [IC 95% 0,83, 0,94, p <0,001], 0,89 [IC 95% 0,85, 0,94, p <0,0001], e 0,86 [IC 95% 0,76, 0,98, p = 0,025], respectivamente). A obtenção de HbA1c ≤ 7,0% em estudos randomizados com SGLT2i, DPP4i, TZD ou GLP1a no braço ativo foi associada a um HR de 0,91 (IC de 95% 0,80, 0,97; p = 0,039) em comparação com HbA1c > 7,0%, mesmo após o ajuste para a duração do acompanhamento do estudo e do tempo médio desde o diagnóstico de diabetes. A mortalidade por todas as causas não foi influenciada pelos limites de HbA1c. 

 

Discussão e Conclusões

A alteração absoluta da HbA1c, assim como o alvo ≤ 7,0%, foram associados a um risco reduzido de MACE nas terapias com pioglitazona, SGLT2i, DPP4i ou GLP1a, sem afetar a mortalidade por todas as causas. 

 

 

Palavras Chave

MACE, HbA1c, terapias antidiabéticas

Área

Pesquisa Clínica

Instituições

UNICAMP - São Paulo - Brasil

Autores

BEATRIZ MARTINELLI LUCHIARI, Luiz Sergio Carvalho, Isabella Bonilha, Ana Claudia Nogueira, Riobaldo Cintra, Joaquim Barreto , Andrei Carvalho Sposito