XVIII Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

ANALISE DA APRESENTAÇAO CLINICA DOS SINTOMAS ISQUEMICOS, PERFIL EPIDEMIOLOGICO E DA METRICA NO ATENDIMENTO DE PACIENTES COM INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO DURANTE PRIMEIRO CONTATO MEDICO

Introdução

 As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade nas mulheres americanas. Conforme dados da literatura pode haver diferenças de como os sintomas de infarto são referidos sobretudo em subgrupos, como as mulheres. Nosso estudo avaliou a associação entre a apresentação inicial dos sintomas isquêmicos e os fatores de risco, em primeiro contato médico. Além de avaliar se houve diferença entre as métricas no atendimento por sexo e o perfil epidemiológico dos pacientes.

Material e Método

Estudo observacional com 2.290 pacientes com infarto com supra-ST trombolisados com tenecteplase, em unidades básicas e posteriormente encaminhados para angiografia em hospital universitário. Tipos de apresentação clínica foram estratificados: dor típica; dor atípica; dispneia; síncope. Os fatores de risco tradicionais e dados epidemiológicos foram dicotomizados. Variáveis com p<0,10 em análise univariada foram consideradas. Em modelo de regressão para multivariadas, obtivemos Odds ratios [OR; 95% IC, p-valor].

Resultados

Parcela significativa de hipertensos, tabagistas, um terço de diabéticos e uma pequena proporção de pacientes com eventos isquêmicos prévios. Cerca de 24% foram encaminhados para angioplastia de resgate. A maioria referiu dor torácica definida como típica, associada ou não à dispneia/síncope. Angina prévia ao evento índice esteve presente em 28%, com maior prevalência em pacientes com infarto prévio. Mulheres apresentaram maior prevalência de sintomas atípicos, como dispneia e síncope em manifestações isoladas e com atraso entre a chegada à emergência e o início do tratamento: [mulheres (2h:17min) vs homens (1h:58min), p=0,021]. O tempo estratificado para o início da TNK foi menor nos homens: [OR 0,73; (0,55-0,98), p=0,03], registramos maior tempo intervalar entre o início dos sintomas e a procura de atendimento nas mulheres: [mulheres: (3h:14min) vs homens (2h:48 min), p=0,008]. (Tabela)

Discussão e Conclusões

Apesar de prevalente em ambos os sexos parece haver uma percepção persistente de que a síndrome coronária é uma doença típica dos homens. Mulheres significativamente apresentaram mais manifestação atípica como dispneia/síncope. Homens receberam fibrinólise precoce, possivelmente pela apresentação mais clara dos sintomas. A disparidade relacionada ao gênero persiste nas mulheres, com atrasos na procura ao atendimento, reconhecimento dos sintomas e início imediato da fibrinólise. Portanto é necessário desenvolver estratégias específicas para a promoção da saúde e prevenção de infarto sobretudo nas mulheres.

Palavras Chave

Infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST, infarto em mulheres, sintomas isquêmicos

Área

Pesquisa Clínica

Instituições

Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - São Paulo - Brasil

Autores

PAULA SANTIAGO TEIXEIRA, Pedro Ivo de Marqui Moraes, Jose Marconi B. Souza, Leonardo Guimarães, Cristina Izar, Adriano H. P. Barbosa, Henrique Tria Bianco